Podemos considerar que um quinto ciclo histórico da Capa dos Pobres se iniciou naquela noite de inauguração da nova sede, em 20 de novembro de 1987 e se estendeu até 2010, período em que tivemos apenas 4 presidentes no cargo.
O que pouca gente sabe é que, antes que houvesse a inauguração física do novo prédio, houve uma espécie de “inauguração espiritual”. Ela aconteceu um mês antes, na reunião de Diretoria de 20 de outubro de 1987. Foi nessa reunião em que se combinaram os detalhes finais da construção e em que se marcou a data da inauguração oficial, que se deu um mês depois. Ao final do encontro, depois de tratados todos os assuntos da pauta, durante a prece final que proferia, a médium vidente Margarida Meirelles descreveu que percebia a alegria da espiritualidade com a concretização da obra, relatando que um círculo de entidades espirituais envolvia os encarnados e que havia muitas flores no ambiente, para expressar esta alegria. Entre as entidades que ela reconheceu no círculo, estavam Lins de Vasconcelos, Abibe Isfer, João Batista de Brito, Nhô Pedro, Lauro Schleder, Jacob Holzmann, Álvaro Holzmann, Sylvia Holzmann, Ruy Holzmann, Lucília Holzmann Meister e vários espíritos que construíram a primeira sede da Capa. O clima espiritual envolveu a todos, nos dois planos da vida, naquela noite inesquecível.
Às 20 horas do dia 20/11/1987, a inauguração da nova sede começou no andar térreo, com a execução do Hino Nacional pela Banda da Polícia Militar do Paraná. Em seguida, a presidente Vilma Holzmann Meister e a vice-presidente Mabel Holzmann descerraram a placa comemorativa da obra. Logo após, todos foram convidados a subir ao 1º andar, onde foi inaugurado o Auditório Lucília Holzmann Meister, por seus pais, Vilma Holzmann Meister e Miguel Meister. Quando todos se acomodaram no auditório, houve a apresentação de uma orquestra de violinos composta por crianças. Seguiu-se, ainda, uma apresentação da Camerata Antiqua de Curitiba.
Depois dos números musicais que elevaram as vibrações do ambiente, a presidente Vilma Holzmann Meister dirigiu breves palavras a todos, afirmando que a nova Casa continuaria sendo de todos, do mesmo modo que a antiga havia sido. Seguiu-se a primeira palestra nas dependências do novo prédio, que foi proferida pela oradora Ana Jaicy Guimarães, que também já havia realizado a última palestra no prédio anterior. Para encerrar a noite, o presidente da Federação Espírita do Paraná, o Dr. Walter do Amaral, cumprimentou todos os presentes e parabenizou a Diretoria da Capa pela realização da obra, tão desafiadora para todos os envolvidos, pela magnitude dos recursos mobilizados. Em seguida, realizou a prece de encerramento das atividades.
O primeiro aniversário da Casa comemorado na nova sede foi o de 66 anos, em 28/06/1988, com a palestra sendo proferida por Rita Amélia Moreira Pinto.
Em agosto de 1988, após exercer a secretaria por muitos anos e também a vice-presidência, Márcia Holzmann foi eleita presidente da Capa, criando o primeiro Departamento da Infância e Juventude (DIJ). Implementou melhorias na gestão patrimonial, na catalogação dos livros da Biblioteca e completou o ajardinamento da nova sede, com o plantio de árvores e plantas ornamentais. Realizou reformas na parte física da Casa, destacando-se a do Auditório Lucília Holzmann Meister, com a abertura de seis janelas e a substituição do teto de gesso por cedro envernizado.
Em 28/06/1989, a palestra de aniversário foi realizada por Maria da Glória Dobgenski, oradora convidada, da cidade de Guarapuava. Já a palestra do ano seguinte, dos 68 anos da Casa, foi proferida por Ney Paulo de Meira Albach.
Ainda nesta gestão, ocorreu uma mudança nos Estatutos que modificou o nome da Casa, que deixou de ser Centro Espírita para nomear-se Sociedade Espírita Capa dos Pobres, para melhor adaptar-se a modificações na legislação nacional.
Em agosto de 1990, é eleito o Coronel Almir Silva para a presidência da Capa. Destacado trabalhador da Casa desde a década anterior, o Coronel já havia sido presidente do Círculo Militar do Paraná e, em parceria com a esposa Maria Florência, liderou diversos eventos de arrecadação de fundos para a construção da nova sede. Na sua gestão, em abril de 1991, houve a devolução à URBS do terreno onde funcionou a “Casa Benedita Fernandes”, unidade avançada da Capa dos Pobres na favela do Jardim Califórnia, no bairro do Mossunguê, em razão de problemas legais envolvendo a posse da área onde funcionavam os trabalhos sociais, que foram desativados naquele local, com as famílias passando a ser assistidas na nova sede recém-construída.
Em 28/06/1991, a palestra de aniversário foi novamente proferida por Issam Farhat. Também em 1991, foram iniciadas as primeiras obras de ampliação do imóvel, com a construção embaixo da rampa de acesso e a edificação de uma estrutura anexa, que se tornou sala de passes (andar de cima) e sala mediúnica (andar de baixo). Também foi aumentada a altura dos muros, instaladas grades em algumas janelas e alarme, em virtude de arrombamentos ocorridos na instituição.
Em 1992, por ocasião do aniversário de 70 anos da Sociedade, organizou-se uma conferência com a presença do orador Divaldo Pereira Franco na Reitoria da UFPR e também uma palestra na sede da Capa, quando o médium baiano recebeu o título de sócio benemérito da Casa. O presente de aniversário quem recebeu foi a Mansão do Caminho, em valor equivalente a 100 convites da receita do Jantar Dançante em homenagem às mães, realizado no mês de maio de 1992.
Durante sua gestão, o dinâmico Coronel reforçou a vocação da Capa como uma casa de caridade, enfatizando as atividades de assistência social aos mais carentes, aos quais se fazia sempre presente. Houve duas ampliações da sede original, resultando em mais 5 salas, o que possibilitou a inauguração da Livraria Chico Xavier e a estruturação de novos grupos de estudos, que foram outra prioridade constante de sua direção.
No aniversário de 71 anos da Casa, em 28/06/1993, ao invés da habitual palestra, houve uma noite de homenagens a Vilma Holzmann Meister, recentemente desencarnada. Recebeu o título póstumo de sócia benemérita da Capa, junto com o esposo Miguel Meister. Também foi lançado, na ocasião, o livro “Sublime Trajetória”, de autoria de Vilma, em uma noite de muita emoção e sentimentos pela nobre mulher que deixou imensas saudades.
O mesmo ano de 1993 registrou ainda o falecimento de Margarida Meirelles, em 09/10/1993, ocasionando uma nova onda de homenagens e saudades pela médium cuja vida foi um exemplo de dedicação à espiritualidade. E, em 3 de fevereiro de 1994 ocorreu o retorno de Rita Amélia Moreira Pinto ao Plano Espiritual, ela que foi incansável voluntária, trabalhadora e palestrante no meio espírita desde os anos 1950. Em tão curto período, 3 mulheres que marcaram a história da Capa dos Pobres deixaram a vida física, para certamente seguirem atuantes, na verdadeira dimensão da vida.
Em 28/06/1994, a conferencista carioca Ana Jaicy Guimarães retornou mais uma vez à Capa dos Pobres, encarregada da palestra de aniversário. No ano seguinte, o encarregado da palestra comemorativa foi Geraldo Guimarães.
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